quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Fundação Terras de Santa Maria é a melhor público-privada do país e perde os apoios

A Fundação Terras de Santa Maria, "a melhor público-privada no estudo encomendado pelo Governo", é uma das que vai perder todos os apoios do Estado, mas garante que a sua atividade não será afetada com a medida.
Entidade titular do ISVOUGA - Instituto Superior do Entre Douro e Vouga, a Fundação foi criada em 1990 como estrutura público-privada, propondo-se organizar cursos, colóquios e eventos de formação profissional de reciclagem contínua ou recorrente, assim como realizar ações culturais e de investigação científica pura ou aplicada, atribuir bolsas de estudo e patrocinar intercâmbios entre países de Língua Portuguesa.
Fonte da administração da Fundação garante que essa não recebe "qualquer tipo de fundos" da Câmara Municipal da Feira, que integra o seu conselho de fundadores, e adianta que, mesmo no que se refere aos apoios do Estado, entre 2008 e 2010 esses ficaram-se pelos 157.794 euros e destinavam-se sobretudo a comparticipar estágios profissionais.
É com base nesses números que a mesma fonte garante: "Sendo a Fundação autossubsistente, uma vez que a percentagem dos apoios financeiros públicos em relação ao total de proveitos nos últimos anos é de 2,6 por cento, esta medida [do corte de apoios do Governo] não irá afetar a sua atividade normal".
"Desde a sua criação em 1990, a Fundação Terras de Santa Maria não obtém qualquer tipo de subvenções ou apoios financeiros públicos, nem da autarquia nem do Governo Português", assegura a referida fonte da administração. "Alguns apoios pontuais indiretos são exceções, nomeadamente a comparticipação do Instituto do Emprego e Formação Profissional em estágios profissionais e apoios comunitários para a realização de Cursos de Especialização Tecnológica".
É por esse motivo que António Cardoso, presidente da concelhia do PS na Feira e líder de bancada na Assembleia Municipal, considera que "o corte cego do Governo é lamentável".
"A realização de estágios e a atribuição de bolsas de estudo é particularmente importante nesta fase", explica, "e o corte do Governo só vem prejudicar os mais fracos, logo agora que há estudantes em grandes dificuldades económicas e em que mais é preciso apoiá-los no arranque da sua vida profissional ativa".
Sobre a Fundação do ISVOUGA em específico, António Cardoso considera que essa tem feito "um trabalho meritório"; sobre a generalidade das medidas afetando as fundações nacionais, o socialista defende que "faz falta mais esclarecimento, para se saber por que é que umas sofreram cortes muito profundos, outras cortes mais suaves e outras ainda são totalmente intocáveis".
A Fundação Terras de Santa Maria foi criada pelo município da Feira, por personalidades do meio académico e por várias empresas da região do Entre Douro e Vouga - que, além do concelho-fundador, integra também os de S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra e Arouca.
No estudo do Governo de avaliação às 190 fundações existentes no país, foi considerada a melhor fundação público-privada do país e obteve a sétima melhor posição na classificação global. Os critérios adotados foram a sua pertinência/relevância, a sua eficácia e sustentabilidade.
Reconhecida como de Utilidade Pública, evoluiu de um património inicial de 25.000 euros para dois milhões e 202.000 euros em 2010, servindo um universo global de 20.432 pessoas. 

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