terça-feira, 24 de julho de 2012

Questão Caixa das Artes adiada para Reunião de Câmara Extraordinária


Sem mais atrasos, sem mais adiamentos… mas afinal, diz que a questão Caixa das Artes, mesmo após aprovação das intenções municipais na CCDRN, voltou a ser adiada! Os pontos previstos para a reunião ordinária de ontem foram adiados para uma reunião extraordinária, a realizar no próximo dia 27.

Caixa das Artes - Pólo II - Projecto EXTINTO
Apesar da salvaguarda do Centro de Artes de Rua em si, ou seja, o Pólo I, ficam pendentes um conjunto de pressupostos anunciados com a evolução do conceito para a Caixa das Artes. Se o concurso público para a construção o Pólo I abrirá de “imediato”, após a anulação do procedimento em curso, já no quarteirão das Penas o caso será diferente. Diz-se agora que passaremos à fase do projecto de execução.
Aguardemos, continuemos a aguardar… voltemos a desperdiçar tempo e recursos em papel e ideias… voltemos a rejeitar 4 milhões de euros com vista à garantia de uma sala adequada às necessidades do século XXI. Aguardemos pelas ideias para o António Lamoso… talvez não teremos de aguardar muito pela morte do espaço que já está fora das principais rotas culturais nacionais, pela falta de condições básicas para artistas e público.
Perdemos uma oportunidade “única”, como a própria autarquia afirmava até há poucos meses (já depois da crise… já depois do conhecimento do futuro do Europarque nas mãos do Estado). Com isso, vamos dar mais 1% de vida ao Europarque, contribuindo para a morte de um ícone cultural da cidade. Foram opções (sim, porque já estão tomadas sem qualquer receio pela utilização do cutelo)… erro óbvio, algo que o futuro se encarregará de provar.

Quanto ao Cine Teatro António Lamoso, já não acredito em nada, já que quem rejeita um projecto como a Caixa das Artes não estará certamente a pensar no futuro daquele espaço. Diz-se que se quer requalificar... Será!? Se assim for de facto, que se pense de forma orgânica e integrada, que se coordenem esforços para garantir mais alguns anos de vida ao espaço obsoleto: 
i) criem-se espaços de ensaios e bastidores com a qualidade que os artistas merecem; 
ii) renovem-se as infraestruturas cénicas, corrigindo algumas limitações técnicas da sala; 
iii) aproveite-se o acordo de utilização do cais de pesados do Continente para criar um acesso técnico ao palco pelas traseiras da sala; 
iv) reformulem-se as áreas de acesso e convívio, garantindo a instalação de uma bilheteira e serviço de informações adequado às exigências do século XXI, um espaço de bar suficiente e funcional, assim como os serviços de apoio básicos; 
v) reformule-se a inclinação da sala, nem que para tal seja necessário reduzir o número de lugares disponíveis (será preferível ter uma sala de 500 lugares com boa visibilidade do que uma com 620 em que 50% do público só vê os artistas da cintura para cima). 
São apenas sugestões básicas e superficiais, de uma abordagem que se espera mais profunda e adequada às exigências e particularidades do espaço.

Plano de Pormenor para o Quarteirão das Penas [2010]
Temos, ainda, a pedreira… aquela que iria ter um palco flutuante e apenas 4 a 5 metros de profundidade no lago, mas que, afinal, ainda não tem projecto de execução. Aguardemos pela requalificação ambiental o quanto antes, garantindo uma utilização adequada, abrindo o espaço à população. Esperemos que esta seja urbanamente integrada na cidade… seja pelas escolas que se pretendiam demolir (e que poderão servir de apoio às companhias residentes no António Lamoso) e/ou mesmo pala lateral poente do edifício do Continente.

Quanto à questão das escolas a encerrar pela criação do centro escolar na Fernando Pessoa, e já que se perdeu o plano de pormenor aprovado para o quarteirão (do qual apenas o hipermercado será real), sugiro uma solução intermédia, demolindo apenas uma escola para se criar uma praça de menores dimensões, sendo o outro edifico utilizado como espaço para as companhias residentes no António Lamoso poderem trabalhar.

Caixa das Artes - Pólo I - Projecto Completo [FEV 2011]
De qualquer forma, e como nota final, deixo uma questão: sem as condicionantes financeiras apostas ao Pólo II, fará sentido manter a versão reduzida do Pólo I anunciada em Novembro de 2011? Acredito que, nestas condições, seja de todo pertinente a concretização do projecto global, com os 4 pisos de espaços para incubação e acolhimento e, ainda, os dois pisos de residências artísticas. Com tantas alterações, estará certamente no momento de acabar com os emagrecimentos à estrutura de Espargo, dando vida ao projecto completo.

Caixa das Artes - Pólo I - Projecto Reduzido [NOV 2011]
Deixemos o tempo continuar a passar… talvez um dia surjam soluções integradas e deixemos de ter gavetas cheias de projectos destruídos ou será puro coleccionismo?

Sem comentários: