quinta-feira, 24 de maio de 2012

Incoerências do Turismo de Portugal e nas Políticas Educativas Nacionais

Há algumas semanas, perdão para mim há cerca de dois anos (desde que o novo projecto tem vindo a ser arrastado de Orçamento de Estado em Orçamento de Estado), que o futuro da Escola de Hotelaria e Turismo de Santa Maria da Feira parece estar ameaçado pelas perspectiva economicista de curto prazo dos sucessivos governos. Antes de entrar em números, comecemos pela apresentação da escola pelo próprio Turismo de Portugal, I.P..

A Escola de Hotelaria e Turismo de Santa Maria da Feira tem uma longa tradição na formação de profissionais para as áreas da hotelaria e restauração. Com forte enfoque na formação técnica de Cozinha/Pastelaria e de Restaurante/Bar, temos ex-alunos espalhados por Portugal e nos 4 cantos do mundo que são o testemunho vivo da qualidade da nossa formação – venha conhecer-nos!

Em funcionamento numa antiga estalagem desde 1991, a EHTSMF está situada no centro histórico de Santa Maria da Feira. O número de profissionais aqui formados ultrapassa já 800 e para dar continuidade a este projeto, na celebração dos seus 20 anos, a EHTSMF irá inaugurar novas e modernas instalações. O ambiente de formação contínua que se desenvolve ao longo de todo o ano letivo, com a realização diária de almoços, participação em Festivais e Concursos e a promoção de eventos dentro e fora da Escola, são a garantia de que os alunos aqui formados são profissionais capazes, seguros e ambiciosos!

Santa Maria da Feira surge na sequência do Núcleo Escolar de Vidago, ainda hoje uma referência na história da formação profissional, e responsável por centenas de profissionais da Restauração. Esta escola mantém esse propósito, tendo até à data formado cerca de 1000 profissionais, que asseguram a qualidade dos serviços prestados em muitas empresas nacionais e internacionais. Com a perspectiva de novas instalações, o Turismo de Portugal faz uma forte aposta na consolidação deste longo histórico, e prepara para a nova Escola uma oferta formativa de cariz atual e moderno que dê resposta aos enormes desafios propostos e definidos no PENT (Plano Estratégico Nacional para o Turismo).

Pois, apenas com este texto, relembro da autoria do Turismo de Portugal e publicado no website, fica claro que todos os propósitos de encerramento ficam completamente eliminados. Por outro lado, ainda sem ter em conta a taxa de empregabilidade próxima dos 100%, devo relembrar que falamos de um nível de ensino secundário e não superior. Daí que a eventual fusão com a escola do Porto não seja de todo adequada, ainda para mais quando falamos do alargamento do ensino obrigatório até ao 12º ano.
Constrangimentos financeiros e desinvestimento da formação profissional, por sinal a principal lacuna (e grave) na oferta formativa nacional... diria mais, uma grave problema de concepção da rede formativa em Portugal e um inacreditável estigma e incapacidade de compreensão de mercado. Vamos continuar a fechar escolas de qualidade e apostar na formação de profissionais não qualificados, com destino garantido numa loja de Centro Comercial ou na caixa de uma grande superfície?
Aguardemos pelos próximos capítulos.

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