sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Alunas checas "passeiam-se" pelos corredores do Isvouga

Não falam português. Arranham o inglês. E estão, desde Setembro, a viver em Santa Maria da Feira. Vieram da Republica Checa para estudar no Instituto Superior de Entre Douro e Vouga (Isvouga), ao abrigo do programa Erasmus. O instituto voltou, depois de um longo interregno, a receber o programa que permite aos alunos conhecer novas culturas, tradições e realidades. Neste momento, duas alunas checas conhecem os cantos do Isvouga, da cidade e do país. Por lá, na República Checa, “passeiam-se” alunos do Isvouga. O programa de parceria do instituto superior de Santa Maria da Feira estende-se a várias universidades da Europa, sinal, diz o responsável pela coordenação do programa Erasmus, Paulo Marcelo, da qualidade do ensino naquele estabelecimento de ensino.

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Curiosamente Paulo Marcelo, agora responsável pela gestão do programa Erasmus, foi o primeiro aluno do Isvouga a experimentar viajar para França, no âmbito deste programa, ainda como aluno do instituto superior feirense. Agora é ele que ajuda os alunos que vão e aqueles que chegam para que a experiência seja o mais enriquecedora possível.
O instituto de Santa Maria da Feira voltou a abraçar este projecto e de uma forma bem mais alargada. Actualmente mantém parcerias com seis universidades, instaladas na Polónia, Espanha, República Checa e Itália. Sete alunos do Isvouga estão espalhados por estas sete universidades e, por cá, duas checas tentam a compreender a língua portuguesa e assistem às aulas nas salas do Isvouga.
Martina Adamová e Tereza Rimnácova não falam português. Nem uma palavra. Desenrascam-se com o inglês, porque “o português é muito difícil”, confessam. Estão cá desde Setembro e dizem-se satisfeitas com a realidade que encontraram, apesar do facto de não falarem português colocar alguns entraves no dia-a-dia. “São poucos os estudantes que falam inglês e, por isso, nem sempre é fácil conhecer gente nova” - diz Martina Adamová.
De qualquer forma, isso não tem sido impedimento para conhecer novos lugares. Já conhecem a cidade de lés-a-lés e já visitaram a cidade do Porto, provaram a gastronomia de Arouca, viajaram até Viana do Castelo, conheceram a praia do Furadouro e passaram por Aveiro, deslocaram-se até Lisboa e experimentaram o sol do Algarve.
“É tudo muito bonito” – diz Teresa Rimnácová, salientando que tudo é também muito diferente da sua cidade. “É uma cidade grande” – aponta. Para a colega, a diferença de dimensão foi pouco sentida. A sua terra é mais parecida com a Feira e, por isso, é que os seus pais decidiram escolher o território feirense para passar o Natal que se aproxima. “Eles vêm cá ter” – diz a estudante. A amiga já tem voo marcado para a República Checa, mas volta.
No Isvouga sentem-se confortáveis. “Parece-se mais com o liceu, por ser bastante mais pequeno do que as universidades que frequentamos” – aponta Martina Adamová. “Mas é bom. Aprendemos a fazer muitas coisas sozinhas e conhecemos outras formas de aprendizagem e de culturas”.
Paulo Marcelo, responsável pela coordenação do programa Erasmus, não tem dúvidas que as experiências que os Isvouga está a proporcionar, aos seus alunos e aos de outros países, vão enriquecê-los como pessoas e como profissionais. “Temos uma atenção especial para com todos eles para que sejam bem recebidos cá e nas outras universidades. Depois de ultrapassada a primeira semana, tudo se torna mais fácil”. Mesmo assim, aqui no Isvouga, proporcionam-se alguns miminhos especiais aos alunos Erasmus. “Não esquecemos de celebrar os aniversários com eles, por isso, há sempre um bolo surpresa”.
Para os que vão, os Isvouga isenta-os do pagamento de propinas e ajuda-os em todo o processo de instalação. Aos alunos que chegam a santa Maria da Feira, o alojamento é gratuito. “Queremos fomentar este tipo de experiências, porque acreditamos que é importante para os alunos e para o próprio instituto” – conclui. 

@ 7sete

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