quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Patrimoniólogas feirenses distinguidas na União Europeia

Imagem: 7sete
São apaixonadas pela história, pelo património, pelos costumes e tradições que dão vida a um povo. Fazem dessa paixão o seu trabalho que, aliás, já mereceu uma distinção da União Europeia. Débora Macedo e N’Zinga Macedo são naturais de Santa Maria da Feira e correm mundo a cuidar do património.
“Suis Generis” é o nome da empresa das duas irmãs de Santa Maria da Feira e explica bem o que pensam do património que se revela em cada rua, cidade ou pais do mundo. “É único” – diz Débora Macedo. Abriram a empresa em 2006 e estão conscientes de que é a única em Portugal que se dedica a uma área “tão especial” e “tão pouco explorada”. E isso encaram como o melhor dos desafios. “O que fazemos é a gestão do património. Nós somos uma espécie de médicos de clínica geral que fazem a análise do património e depois chamam os especialistas para que seja de facto cuidado e preservado e até divulgado”- salienta N’Zinga Macedo. Desse trabalho já resultou uma distinção da União Europeia com um trabalho realizado em torno da religião em três países tão distintos como Israel , Polónia e Portugal.
O estudo, elaborado em colaboração com, um investigador polaco, reflecte a história e o património deixados pelos templários portugueses, os teotônicos na Polónia e as cruzadas em Israel. “Este estudo tem chamado a atenção de muita gente e esperamos que nos abra portas para outros projectos” – refere Débora Macedo. Entre mãos têm, por isso, outros planos que querem mostrar aos municípios e que têm a ver cm a preservação e levantamento do património de cada concelho português. “Há tanta coisa sub-aproveitada, mal tratada, desde património material ao imaterial, que valeria a pena aos municípios prestar-lhe atenção, cuidar para depois poder mostrar às pessoas numa vertente turística” – explica N’zinga Macedo.
A ideia está a ser construída e colocada no papel para que possa ser apresentada em todo o mundo. “A verdade é que temos desenvolvido mais trabalho no estrangeiro do que em Portugal e, por isso, gostaríamos de agora poder investir também aqui, onde a cultura e o património são tão vastos – aponta a patrimonióloga, salientando: “os portugueses não têm a noção do património que possuem e de que forma ele poderia ser bem aproveitado para o Turismo e até como uma fonte de riqueza. É preciso é estar atento e estar receptivo a novas ideias”.
Débora e N’Zinga Macedo estão consciente das dificuldades da área, “por ser tão verde e desconhecida como até há poucos anos era o Ambiente”, mas acreditam que a empresa vai singrar também em Portugal, com o reconhecimento do seu trabalho. “É difícil quebrar algumas sensibilidades, em especial, das instituições que geram o património, pois revelam quase que um egoísmo em relação ao que gerem, mas entendemos que esta forma de pensar vai alterar-se”.
A “Suis Generis” conta já com alguns parceiros espalhados por todo o mundo, entre os quais, se destaca o arquitecto Costa Lobo, a Universidade da Beira Interior e a Faculdade de Letras do Porto.
As patrimoniólogas já passaram também por vários países. Em Londres desenharam as directrizes para a conservação do património ambiental. Em Malta elaboraram um projecto de conservação da pedra de calcário e, em Israel, desenvolveram bases de dados de inventariação.

@ 7sete

2 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns!

Anónimo disse...

Parabens miudas!!!