sábado, 5 de março de 2011

Circuito alternativo da música com ponto alto em Santa Maria da Feira

Este é já um dos mais enigmáticos festivais do roteiro nacional. O principal ponto de diferenciação deste festival, em relação aos demais, prende-se com a sua componente única de intimismo vivida a cada edição. O Cine Teatro António Lamoso volta a receber o Festival Para Gente Sentada.




The Legendary Tiger Man é o alterego de Paulo Furtado, multifacetado Artista de Coimbra. Inspirado no velho formato de one-man-band nascido nas margens do Delta do Mississipi, é um conceito adaptado e vivido no Século XXI, com uma estética muito particular – ao formato analógico tradicional (bombo, prato de choque, guitarra) juntam-se, sem pudor, soluções electrónicas. O resultado conhecido é explosivo. Ao vivo, as prestações não permitem indiferença na assistência – um homem, muitos instrumentos, o passado fundido com o amanhã. Não se espantem por vê-lo como presença confirmada para a edição de 2011 do Festival Para Gente Sentada, o local perfeito para quem os blues correm pelas veias! É cabeça de cartaz no dia 18 de Março!

B Fachada é um cantor, multi-instrumentista e compositor, sendo unanimemente considerado como o maior escritor de canções português da sua geração. As suas letras sentidas e com o brilhantismo que se reconhece, retratam de forma humana e apaixonada o Portugal de hoje. Com dois álbuns editados até à data, B Fachada vem ao Festival Para Gente Sentada cantar esses relatos que o apaixonam e decerto não deixarão ninguém indiferente! 

Nuno Prata, baixista dos míticos Ornatos Violeta entre 1991 e 2002, traz ao Festival Para Gente Sentada o seu trabalho como escritor de canções, reveladas em dois álbuns, Todos os Dias Fossem Estes/Outros editado pela Turbina em 2006 e o mais recente Deve Haver editado pela Arthouse em Outubro de 2010, que deve o seu título tanto ao livro de caixa onde Nuno escreve letras de canções como à insegurança com que encara a sua carreira musical. Desde então tem dedicado o seu tempo na companhia de Nico Tricot e António Serginho, seus companheiros nesta aventura. 

O Festival Para Gente Sentada orgulha-se de receber os Piano Magic para uma actuação no dia 19 de Março, a fechar o “Gente Sentada” como cabeças de cartaz. Autores de dez dos discos mais sedutores, poéticos, românticos e dinâmicos do nosso tempo, os Piano Magic orgulham-se de fazer parte das bandas mais importantes do circuito independente. Dream pop, ambient, post-rock, indietronica, já apelidaram de tudo à música dos Piano Magic, que não negam as suas influências em bandas como os Dead Can Dance, Chameleons, Joy Division e até The Cure, bem como a sua admiração pelas culturas marroquina, da Europa de Leste e Espanha, por instrumentos exóticos e pelos mais tradicionais, que incorporam nas suas composições aliados a sintetizadores analógicos, guitarras e piano soturnos em tom shoegaze, sendo “Ovations”, o último álbum da banda lançado em 2009, exemplo disso mesmo. 

A carismática Laetitia Sadier, voz dos não menos carismáticos Stereolab, estreia-se a solo com “The Trip”, álbum lançado em 2010 pela Drag City, aproveitando assim, o período em que a banda decidiu hibernar por tempo indeterminado. Neste seu registo a solo, Seaya Sadier, como também é conhecida, tenta fugir ao registo que marcou o seu trabalho com os Stereolab ao longo dos anos, utilizando a guitarra em detrimento dos teclados - embora essas referências estejam inevitavelmente presentes no disco - criando uma sonoridade indie pop, folk, onde predominam as baladas outonais, que não duvidamos, encontram o cenário perfeito no palco do Festival Para Gente Sentada. 

Ao segundo disco, “Everyone I Ever Met”, os britânicos Spokes apresentam-se ao público português, no palco do Festival Para Gente Sentada. Naturais de Manchester, os Spokes combinam indie folk com influencias pós-rock e música clássica, onde a sua capacidade em combinar o experimentalismo com a estética pop, levou a que fossem comparados aos Radiohead. A crítica elogiou-lhes o som grandioso, impulsionado pela alegria agridoce e baixos devastadores, que vão do ruído de euforia a momentos de intensa quietude.

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